Albert Einstein (1879-1955) para enfatizar que educar transcendia o simples ensinamento de conteúdos, dizia: “educação é aquilo que fica depois que esquecemos o que nos foi ensinado”. No século passado, suas palavras premonitórias antecipavam algo que atualmente torna-se evidente e indispensável para entender o mundo contemporâneo.

 

Os alunos de hoje são diferentes do que eram há poucas décadas atrás. Além deles já não serem os mesmos, tampouco o mundo nos quais eles estão imersos é similar a antes. Consequentemente, as exigências para um futuro profissional ter sucesso diferem bastante do passado recente. Portanto, a questão central diz respeito às principais novas competências e habilidades a serem promovidas nos estudantes, tal que os formandos enfrentem com sucesso os desafios atuais.

 

A principal exigência dos novos tempos é uma drástica mudança de foco em direção a privilegiar, com igual peso ao conferido à aprendizagem de conteúdos tradicionais, as competências metacognitivas e as habilidades interdisciplinares, transversais ou socioemocionais. Aqui estão inclusos aspectos motivacionais, capacidade de comunicação e as habilidades no desenvolvimento de trabalhos em equipe para resolver desafios complexos.

 

No que diz respeito aos conhecimentos básicos, as três mais relevantes prioridades são: 1) letramento geral, capacidade comprovada de escrever e interpretar texto, e o letramento matemático; 2) letramento digital, incluindo o domínio de plataformas e o preparo para compreensão, adoção e, se possível, desenvolvimento de softwares e aplicativos; e 3) capacidade de entender aspectos históricos, geográficos e linguísticos, respeitando diferentes culturas e comportamentos, desenvolvendo tolerância para especificidades, hábitos e costumes diversos, agregando de forma positiva as características peculiares aos propósitos das missões conferidas.

 

As sete principais características complementares que se espera de um futuro profissional diferenciado, adicionais ao domínio dos conteúdos fundamentais de cada área, é que o educando: 1) seja capaz de aprender a aprender continuamente ao longo da vida, ampliando sua própria consciência acerca dos mecanismos segundo os quais ele aprende (metacognição); 2) demonstre capacidade analítica para resolver problemas práticos, ou seja, embasado no conhecimento do método científico e na familiaridade com pensamentos críticos, desenvolva o domínio de raciocínios abstratos sofisticados; 3) esteja habituado a juntar diferenças áreas do saber e das artes, com especial disposição para a área de gestão de informações, incluindo o domínio de linguagens e de plataformas digitais; 4) tenha efetiva habilidade de comunicação, sabendo lidar com pessoas e a negociar com flexibilidade e competência em todos os contextos; 5) tenha inteligência emocional desenvolvida, incluindo perseverança, empatia, autocontrole e capacidade de gestão emocional coletiva; 6) demonstre disposição plena para o cumprimento simultâneo de multitarefas, propiciando capacidade de análises apuradas e de tomada de decisões; e 7) colabore em equipe de forma produtiva, sendo respeitoso e cordial, entendendo as características individuais e as peculiaridades das circunstâncias, promovendo ambientes criativos e empreendedores, resultantes de processos coletivos e cooperativos.

 

Em artigo anterior sobre o papel do educador contemporâneo, procurou-se demonstrar que a formação simplificada de um profissional, baseada somente em um conjunto de conteúdos e uma série bem delimitada de técnicas e procedimentos, já não é suficiente. Portanto, são demandadas a adoção pelas escolas de metodologias educacionais inovadoras e novas posturas do professor. Neste texto, a ênfase é centrada nos estudantes, especialmente em suas habilidades e competências imprescindíveis em uma sociedade onde a informação está totalmente acessível, instantaneamente disponibilizada e basicamente gratuita.

 

Neste contexto, educação no seu sentido mais amplo, incluindo o desenvolvimento de suas habilidades socioemocionais, se constitui em diferencial significativo, com impactos na capacidade dos futuros profissionais e de cidadãos em geral de enfrentarem, com sucesso, os desafios que lhes serão apresentados pela sociedade.